Microbioma e barreira cutânea
Alguns estudos em humanos atópicos já demonstraram que a alteração no microbioma da pele é um dos contribuintes para a patogênese (início e manutenção) da dermatite atópica, bem como para o aumento das crises de DA e a gravidade da condição.
Disbiose e barreira cutânea
Nesse estudo, os autores observaram que pacientes atópicos apresentavam uma redução na diversidade da comunidade bacteriana e um aumento na abundância de S. aureus na pele.
Eles discutem que os antígenos produzidos pelo S. aureus estavam envolvidos na sensibilização da pele, agravando ainda mais a disfunção da barreira cutânea e contribuindo para a progressão da doença.
Além disso, o processo de disbiose (desequilíbrio) influenciava diretamente a estrutura dos queratinóticos e na produção de citocinas pró-inflamatórias, sugerindo um efeito aditivo na resposta do hospedeiro.
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Modular o microbioma da pele
Os autores concluem que modular o microbioma da pele, prevenindo o desenvolvimento da disbiose e o supercrescimento do Staphylococcus é primordial na regulação da barreira cutânea.
Dermatite atópica canina
Os estudos de microbioma cutâneo em cães ainda de são muito escassos mas o ensinamento que esse artigo traz é que cuidar do microbioma é igualmente importante quanto cuidar da hidratação, controle da inflamação, etc.
Tratar continuamente as piodermites de repetição com antibióticos sistêmicos é como “enxugar gelo". O processo de disbiose vai se perpetuar e isso certamente vai gerar um ciclo vicioso de fragilidade da barreira cutânea.
É essencial realizar o tratamento de MANUTENÇÃO da barreira cutânea (incluindo a barreira microbiológica)!
Assim, antes que o “incêndio aconteça”, é importante aplicar a terapia proativa a qual busca prevenir a ocorrência de novas crises de prurido e/ou foliculite.
Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.
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