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Você já ouviu falar na relação das alergias com a “teoria da barreira epitelial”?

Dentro do campo geral da dermatologia, uma nova teoria tem emergido para buscar explicar o aumento na incidência de doenças alérgicas e autoimunes nos últimos anos.


A chamada "teoria da barreira epitelial" discute que toxinas ambientais, poluentes, produtos químicos e outros agentes podem perturbar a integridade da barreira epitelial da pele.


Essa quebra na homeostase pode resultar em um desequilíbrio nas barreiras microbiológica e imunológica da pele. Todo esse processo pode então culminar com um forte desequilíbrio cutâneo e assim iniciar ou exacerbar o quadro inflamatório de doenças crônicas como alergias e doenças autoimunes.

Crédito: Akdis CA. Does the epithelial barrier hypothesis explain the increase in allergy, autoimmunity and other chronic conditions? Nat Rev Immunol. 2021

Paralelos com a dermatologia veterinária

Embora essa teoria em específico seja bastante recente e ainda não amplamente discutida na dermatologia veterinária, sabemos que existe uma forte correlação entre disbioses cutâneas e o agravamento de doenças alérgicas em cães.


Diversos estudos já demonstraram que cães atópicos apresentam uma menor diversidade microbiana quando comparados a cães hígidos.


Embora ainda não se saiba se essa disbiose seja causa ou consequência da atopia, o fato é que ela pode favorecer o supercrescimento de populações bacterianas como o Staphylococcus pseudintermedius e assim ocasionar as chamadas “piodermites de repetição".


Quais são as oportunidades de inovação para o mercado veterinário?

Entendendo que essa teoria pode ser totalmente aplicável à medicina veterinária, e que muitas doenças dermatológicas resultam de uma interação complexa entre fatores ambientais, genéticos, microbiológicos e imunológicos, uma das frentes de pesquisa e inovação seria o desenvolvimento de produtos “microbiome friendly".


No mercado veterinário internacional, diversos produtos já se enquadram nesse conceito e surgem com a proposta de serem formulados sem o uso de ingredientes químicos agressivos que podem perturbar a microbiota comensal, como conservantes, surfactantes e algumas fragrâncias artificiais.


Além disso, são produtos projetados para preservar o pH da pele e podem ainda conter ingredientes prebióticos que promovem o crescimento de microrganismos benéficos.


Embora o conhecimento da microbiota cutânea em cães seja relativamente limitado, cada vez mais entendemos a importância da microbiota comensal na saúde cutânea. Essa barreira microbiológica é fundamental na defesa do hospedeiro e atua por diversas “frentes” desde a produção de peptídeos antimicrobianos até mesmo através da modulação do sistema imunológico.


Portanto, produtos com o claim microbiome friendly podem representar uma grande oportunidade de inovação na dermatologia veterinária. Produtos que sejam desenvolvidos sem o uso de ingredientes químicos agressivos e que tenham a proposta de modular a microbiota comensal podem ganhar cada vez mais destaque e espaço.




Sobre a autora

Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.


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