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Staphylococcus pseudintermedius resistentes

Atualizado: 7 de fev.

Pesquisadores identificam alta prevalência de Staphylococcus pseudintermedius resistentes à meticilina em cães saudáveis


Os Staphylococcus pseudointermedius são bactérias gram-positivas que colonizam a superfície da pele e mucosas dos cães, mas em certas condições podem causar infecções oportunistas.


As piodermites causadas por Staphylococcus resistentes a antibióticos são uma preocupação global. Nas últimas décadas, tem havido um aumento significativo de cepas de Staphylococcus resistentes aos antimicrobianos beta-lactâmicos, como as penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos. Essas linhagens resistentes são conhecidas como Staphylococcus pseudintermedius meticilina-resistentes (MRSP), nome derivado do termo em inglês "methicillin-resistant Staphylococcus pseudintermedius". Os MRSP possuem o gene mecA o qual codifica uma proteína (PBP2a: penicillin-binding protein 2a) que reduz a afinidade da bactéria aos antibióticos Beta-lactâmicos.


O tratamento da piodermite canina resistente à meticilina pode ser desafiador, uma vez que as opções de antibióticos eficazes são limitadas. A seleção do tratamento adequado deve ser baseada em testes de sensibilidade antimicrobiana, que identificam os antibióticos aos quais a cepa específica de MRSP é sensível.


Estudo clínico: Pesquisadores relatam dados preocupantes

Apesar de sua importância, as características das populações de S. pseudintermedius que colonizam a pele de cães saudáveis ainda não são completamente compreendidas. Esse estudo objetivou estudar e descrever as populações comensais de S. pseudintermedius presentes na pele de cães saudáveis. Os pesquisadores realizaram o sequenciamento do genoma de 67 isolados de S. pseudintermedius obtidos de diferentes regiões da pele de 9 cães saudáveis.



Os principais resultados encontrados foram

  • As populações de S. pseudintermedius que habitam a pele de cães saudáveis são diversas e heterogêneas.

  • Todas as 67 populações comensais de S. pseudintermedius isoladas de cães saudáveis continham genes de resistência a antibióticos, indicando a extensão e gravidade do problema da resistência antimicrobiana em estafilococos com potencial zoonótico.

  • Todos os isolados possuíam genes associados à resistência a antibióticos, e 39% dos genomas representativos eram resistentes à meticilina.

  • Estafilococos MRSP foram identificados em cães saudáveis que não tinham histórico recente de terapia antimicrobiana, ressaltando a importância de estudos genômicos para monitorar e tratar infecções causadas por essas bactérias.


Conclusões

Em conclusão, este estudo relata a detecção de cepas resistentes MRSP em cães saudáveis. Além disso, constatou-se que todas as populações comensais examinadas continham genes de resistência a antibióticos, indicando a preocupante prevalência da resistência antimicrobiana nesses microrganismos com potencial zoonótico.


Os autores indicam que essa elevada taxa de resistência pode ser atribuída ao fato de que o hospital veterinário onde os cães foram atendidos é reconhecido como um centro de referência. Isso implica que alguns cães podem ter recebido tratamento prévio em outras clínicas veterinárias. Além disso, é plausível que a porcentagem tenha aumentado nos últimos anos.


A detecção de estafilococos MRSP em cães saudáveis, mesmo sem histórico recente de terapia antimicrobiana, ressalta a importância da vigilância genômica e do monitoramento contínuo dessas bactérias para prevenir e tratar infecções.


*O compartilhamento desse artigo (Fàbregas et al 2023) está de acordo com a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0). Essa licença permite que outras pessoas distribuam, adaptem e criem a partir do trabalho, contanto que atribuam o devido crédito ao criador original. Consulte o artigo completo em:



Sobre a autora do post

Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.

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