Sarna sarcóptica em cães: o que é ?
A escabiose canina, também conhecida como sarna sarcóptica ou sarna vermelha, é uma doença de pele altamente contagiosa e pruriginosa que acomete os cães. Essa doença é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que escava túneis na pele do cão, resultando em uma infecção intensamente pruriginosa.
A fêmea do ácaro escava "galerias" ou "túneis" no extrato córneo (camada superficial da pele) onde deposita eus ovos e causa uma reação inflamatória intensa. Os ovos se desenvolvem até adultos em 10 a 21 dias. Esses ácaros são transmitidos principalmente por contato direto com um animal doente.
Sintomatologia clínica
As primeiras lesões são pequenas pápulas eritematosas que podem evoluir para escoriações, crostas, eritema (vermelhidão), alopecia, etc. Comumente as regiões mais acometidas são as bordas dos pavilhões auriculares (orelhas), cotovelos, axilas e jarretes e os dígitos. No entanto, esse ácaro pode rapidamente se disseminar e pode envolver todo o corpo. O prurido costuma se intensificar durante à noite.
Alopecia
Eritema
Crostas
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história clínica, exame físico e exames complementares. O método de eleição para estabelecer o diagnóstico definitivo é a observação microscópica dos ácaros em amostras obtidas por raspado superficial das lesões cutâneas. Durante a raspagem, deve-se seguir a direção de crescimento do pelo até observar um ligeiro sangramento capilar. É recomendado o uso de uma substância oleosa, como óleo mineral, na lâmina do bisturi e na pele para facilitar a coleta do material.
Anamnese
Exame físico
Exame complementar (raspado cutâneo)
Tratamento da escabiose canina
O tratamento da escabiose canina envolve a administração de medicamentos específicos para eliminar os ácaros (produtos acaricidas) e aliviar os sintomas do prurido (coceira).
Dentre os fármacos acaricidas mais conhecidos estão: ivermectina, selamectina e parasiticidas da classe isoxazolina (sarolaner, afoxalaner, fluralaner). A dose, frequência e forma de administração devem seguir a recomendação do fabricante e sempre sob orientação do clínico veterinário.
Além do tratamento direcionado ao animal acometido, é essencial também tratar todos os outros animais contactantes que possam ter tido contato com o cão infectado, mesmo que não apresentem sintomas visíveis. Isso deve ser avaliado pelo Médico Veterinário. A escabiose canina pode ser transmitida entre os animais e, se não for tratada adequadamente, pode persistir e se espalhar.
Além disso, é importante limpar e desinfetar cuidadosamente a área onde o cão infectado vive, como camas, cobertores e brinquedos, para evitar a reinfestação.
**É importante salientar que apenas um veterinário qualificado deve realizar o diagnóstico e o tratamento da escabiose canina. Portanto, caso você suspeite que seu cão esteja com essa condição, é fundamental buscar orientação profissional para garantir um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
Transmissão para humanos e animais
É importante ressaltar que a escabiose canina é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida aos seres humanos. Portanto, é fundamental tratar os cães acometidos para evitar a propagação da doença.
Diferença entre sarna sarcóptica e sarna demodécica
Sarna Sarcóptica
Causa: Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei.
Transmissão: Geralmente é transmitida de um animal para outro por contato direto.
Sintomas: Causa prurido (coceira), alopecia (perda de pelo), eritema (vermelhidão da pele) e crostas. Comumente as regiões mais acometidas são as bordas dos pavilhões auriculares (orelhas), cotovelos, axilas e jarretes e os dígitos
Diagnóstico: Exame clínico e raspado de pele para identificar o ácaro.
Sarna Demodécica
Causa: Causada pelo ácaro Demodex canis.
Transmissão: Não é contagiosa.
Sintomas: Pode variar de forma localizada (afetando áreas específicas) para generalizada (afetando grande parte do corpo). Os sintomas incluem alopecia (perda de pelo), eritema (vermelhidão da pele), descamação,etc.
Diagnóstico: Exame clínico e raspado de pele para identificar o ácaro.
Perguntas frequentas da internet
Como tratar sarna sarcóptica em cães?
Dentre os fármacos acaricidas mais conhecidos para tratar a sarna sarcóptica estão a ivermectina, selamectina e parasiticidas da classe isoxazolina (sarolaner, afoxalaner, fluralaner). A dose, frequência e forma de administração devem seguir a recomendação do fabricante e sempre sob orientação do clínico veterinário.
Como diagnosticar sarna sarcóptica?
A sarna sarcóptica é diagnosticada por meio da avaliação clínica do animal e da realização de um raspado de pele. Durante esse procedimento, é coletada uma amostra cutânea que é posteriormente examinada sob microscópio para identificar a presença do ácaro.
O que causa a sarna sarcóptica em cães?
A sarna sarcóptica, também conhecida como escabiose canina, é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que escava túneis na pele do cão, resultando em uma infecção intensamente pruriginosa.
Qual a diferença entre sarna sarcóptica e sarna demodécica?
A sarna sarcóptica e a sarna demodécica são duas condições de pele em cães causadas por ácaros diferentes. A sarna sarcóptica, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, é altamente contagiosa e geralmente transmitida pelo contato direto entre animais infestados. Já a sarna demodécica, causada pelo ácaro Demodex canis que faz parte da pele dos cães, mas em certas condições prolifera e ocasiona sintomas clínicos.
Como o cachorro fica quando está com sarna?
Quando o cão está com sarna sarcóptica, também conhecida como escabiose, geralmente as primeiras lesões são pequenas pápulas eritematosas que podem evoluir para escoriações, crostas, eritema (vermelhidão), alopecia, etc. Comumente as regiões mais acometidas são as bordas dos pavilhões auriculares (orelhas), cotovelos, axilas e jarretes e os dígitos. No entanto, esse ácaro pode rapidamente se disseminar e pode envolver todo o corpo.
É possível pegar escabiose de cachorro?
Sim, essa é uma doença transmissível ao homem e a outros cães. Portanto, é fundamental tratar os cães acometidos para evitar a propagação da doença.
Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.