Esse é um artigo da Nature que traz mais um grande paradigma para esse universo do microbioma.
O Dr Richard Gallo, um dos principais pesquisadores de microbioma cutâneo no mundo, juntamente com outros autores, propõe um novo paradigma: lesões cutâneas podem desencadear disbiose intestinal.
A disbiose intestinal levando à perturbações cutâneas é um conceito relativamente já bem estabelecido tanto na medicina humana quanto animal. Mas o contrário, ou seja, a pele perturbando o equilíbrio intestinal é algo completamente novo.
O que a pesquisa demonstrou?
De maneira simples e resumida, a pesquisa demonstrou que lesões na pele de camundongos liberavam fragmentos de ácido hialurônico no corpo, os quais interagiam com receptores específicos nas células do cólon, alterando então a expressão gênica, a homeostase intestinal e a composição das bactérias intestinais.
Pele saudável = Intestino saudável?
Ainda são dados preliminares mas isso sinaliza que uma pele saudável é ainda mais importante do que já imaginávamos…
Sugere-se que a relação entre a saúde da pele e do intestino (microbioma, imunologia, etc) é uma via de mão dupla, onde ambos podem influenciar um ao outro.
Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.