A pele é o maior órgão do corpo do cão/gato e a interação entre os fatores ambientais e a pele pode levar ao desenvolvimento de diversas doenças cutâneas. Como a primeira linha de defesa imunológica do organismo, a pele desempenha um papel fundamental ao prevenir a invasão de patógenos.
O que é disbiose?
O termo disbiose é usado para descrever quando há um desequilíbrio na microbiota (conjunto de microorganismos que vivem em um determinado ambiente). Esse desequilíbrio pode ser tanto na quantidade quanto na distribuição dos microrganismos da pele.
O desequilíbrio da microbiota cutânea pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cutâneas, uma vez que a microbiota desempenha um papel importante na saúde da pele dos cães/gatos, atuando como uma barreira protetora contra patógenos e desempenhando funções imunológicas e metabólicas.
Quando ocorre a disbiose cutânea, pode acontecer uma diminuição das bactérias benéficas e multiplicação excessiva de bactérias nocivas. Dessa maneira, a disbiose pode levar a problemas como infecção secundária/repetição, disqueratinização, xerose etc.
Há três tipos principais de disbiose:
Disbiose fúngica
Disbiose bacteriana
Disbiose mista
O que causa disbiose cutanea?
Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento da disbiose cutânea em cães. Entre eles estão as condições ambientais, como umidade excessiva, exposição a substâncias irritantes, como produtos químicos agressivos. Outros fatores incluem o uso indiscriminado de medicamentos, como antibióticos de amplo espectro, que podem eliminar as bactérias benéficas e permitir o crescimento excessivo de microrganismos patogênicos, como Staphylococcus pseudintermedius, uma bactéria comumente associada a infecções cutâneas em cães.
As principais causas de disbiose cutânea em cães e gatos são:
inflamação
secundária à dermatopatias
uso prolongado de antibióticos sistêmicos
estresse
dentre outros
Disbiose cutânea canina
Em cães, a disbiose é comumente vista nos quadros de dermatite atópica. A inflamação e o prurido podem levar à uma redução na diversidade bacteriana e ao supercrescimento do Staphylococcus pseudintermedius. Além disso, também é comum os quadros de disbiose fúngica onde ocorre um supercrescimento da Malassezia.
O que a disbiose cutanea causa?
Uma pele disbiótica pode predispor à penetração de diversos patógenos e alérgenos (confira na figura abaixo).
Portanto, a restauração do equilíbrio dos microorganismos da pele é fundamental para seu correto funcionamento e para uma pele saudável.
Como tratar a disbiose da pele?
O tratamento da disbiose cutânea em cães envolve abordar a causa subjacente, quando possível, além de controlar a infecção secundária e restaurar o equilíbrio da microbiota cutânea.
Deve-se primeiro investigar a causa de base (inflamação, infeção, etc). O uso de probióticos e probióticos podem ajudar a reequilibrar a microbiota. Os probióticos são microrganismos benéficos que podem ajudar a restabelecer a microbiota cutânea saudável e promover a saúde da pele.
Além disso, a higiene adequada da pele e do pelo do animal, o uso de produtos adequados e a manutenção de uma dieta equilibrada também são importantes para promover a recuperação e prevenir recidivas.
Como a microbiota da pele é avaliada?
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