A proximidade entre a dermatologia veterinária e humana tem trazido novas perspectivas sobre a dermatite atópica canina.
Pesquisas recentes têm indicado que a exposição à poluição urbana e outros tipos de material particulado podem ser fatores desencadeantes ou agravantes da dermatite atópica canina em cães predispostos.
A hipótese é que o material particulado pode penetrar na pele e se depositar nela, causando alterações epigenéticas na barreira cutânea, o que pode levar à exacerbação da inflamação associada à dermatite atópica.
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Os estudos ainda são recentes mas sinalizam o importante papel dos fatores ambientais no mecanismo patogênico da atopia canina.
Esses dados sinalizam que a dermatite atópica canina vai muito além da genética. A complexa interação entre fatores ambientais, genéticos, microbiológicos e imunológicos nos leva a entender que o manejo da terapia tópica tem peso fundamental no tratamento.
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Referência
Kim J et al. Indoor particulate matter induces epigenetic changes in companion atopic dogs. Ecotoxicol Environ Saf. 2023
Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.