O atual aumento da resistência antimicrobiana tem levado a um uso mais criterioso de medicamentos antimicrobianos sistêmicos.
Papel da terapia tópica
Segundo o último guideline (Morris et al 2017), a orientação é que a terapia tópica com eficácia comprovada contra estafilococos deva ser sempre considerada como modalidade de eleição no tratamento das piodermites superficiais.
Confira alguns dos principais ingredientes ativos utilizados como terapia única ou adjuvante:
Gluconato de clorexidina (2 a 4%)
Atividade antimicrobiana comprovada
Espectro de ação abrangendo bactérias
Gram positivas e negativas
Peróxido de benzoíla (2,5% a 3%)
Atividade antimicrobiana comprovada
Possui propriedade ceratolítica, comedolítica e desengordurante
Pode causar ressecamento cutâneo, eritema e prurido
Hipoclorito de sódio (0,005%)
Atividade antimicrobiana relatada
Inativação na presença de matéria orgânica
Pode causar ressecamento cutâneo, eritema e prurido
Considerações finais
Em situações em que a terapia tópica enquanto monoterapia não é possível, seja devido à gravidade/extensão das lesões ou mesmo devido à dificuldade de adesão ao tratamento, a prescrição de antibióticos deve ser considerada.
Como a piodermite geralmente está associada a outras enfermidades, é fundamental que a causa de base (alergia, endocrinopatia, etc) seja devidamente tratada.
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Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.