As ceramidas são amplamente utilizadas no tratamento de cães com dermatite atópica.
Além de serem fundamentais na manutenção da integridade da barreira cutânea, elas possuem uma relação próxima com a microbiota da pele.
Ceramidas e diversidade da microbiota cutânea
Diversos estudos em humanos atópicos já demonstraram que a diminuição dos níveis de ceramidas no estrato córneo pode estar associada à predisposição a infecções por Staphylococcus aureus. Por outro lado, a adição de ceramidas à pele pode aumentar a diversidade da microbiota cutânea, promovendo o crescimento de bactérias benéficas e reduzindo o crescimento de bactérias nocivas.
Embora ainda não se saiba a exata origem da disfunção da barreira epidérmica em cães atópicos - se é um defeito primário ou um fenômeno secundário resultante da inflamação local - uma microbiota saudável é fundamental para a proteção do organismo.
Abordagem multimodal
Restaurar a função e a integridade da barreira epidérmica continua sendo parte integrante da abordagem multimodal para o manejo de cães com dermatite atópica.
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Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.