Nesses últimos meses tenho ouvido e lido de forma recorrente muito se falando sobre “a era do gato” que está chegando nos Estados Unidos. Diversas empresas, orgãos e colegas veterinários tem debatido sobre o grande potencial de expansão e inovação desse mercado.
Muito disso tem sido atribuído a um fenômeno crescente de adoção de gatos nos EUA e por uma tendência projetada de que os tutores GenZ sejam um nicho com predileção por gatos e ainda multi-cat (ter mais de um felino).
Obviamente o Brasil é um mercado distinto, onde o número de cães ainda é muito maior do que de gatos. Dados do último IBGE revelam 54 milhões de cães contra 24 milhões de gatos. Mas é uma tendência que vale a pena observar.
Toda essa discussão projeta oportunidades mas também grandes desafios, afinal o gato é uma espécie com muitas particularidades.
Falando na dermatologia por exemplo, ainda precisamos esclarecer muitas doenças. A própria Síndrome cutânea atópica felina, uma das principais doenças de pele dos gatos, ainda gera muita dúvida, discussão e divergência entre diversos pesquisadores. Por isso, quando se fala de mercado felino é invevitável não pensar também na dermatologia felina.
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Sobre a autora
Dra Aline Santana é médica veterinária formada pela Universidade Federal de Viçosa, com residência em clínica médica de pequenos animais pela mesma instituição. Possui mestrado e doutorado em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica da FMVZ/USP, com período de intercâmbio realizado no exterior (University of Minnesota, Estados Unidos). Desde 2012, Dra. Aline Santana é sócia da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV). Durante o período de 2015 a 2021, atuou como diretora de mídias e colaboradora da SBDV.